quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Plataforma Logística Maia/Trofa - Governo “deixa cair” importante investimento para a região

Após vários adiamentos da concretização das plataformas logísticas previstas para a Região do Porto (Leixões e Maia/Trofa), o governo reconhece agora que a Plataforma Logística Maia/Trofa não se concretizará “enquanto o preços dos terrenos [que a construtora interessada – SOMAGUE – tem que pagar] não vier a descer para níveis mais baixos”.
Em resposta enviada ao Grupo Parlamentar do PCP, o Ministério das Obras Públicas e Transportes esclarece ainda que não há qualquer localização alternativa que esteja a ser encarada, nem está prevista qualquer data para construção desta Plataforma, evidenciando assim o abandono deste projecto que o próprio governo classificou como prioritário.
A DORP do PCP considera escandaloso que um projecto desta importância esteja submetido à especulação imobiliária e ao interesse das construtoras. É o interesse nacional – e o desenvolvimento económico da região – submetido ao interesse dos privados.
Após vários investimentos adiados no distrito (de que são exemplo o Metro do Porto, o Hospital Póvoa/Vila do Conde ou o Centro Hospitalar de Gaia) o governo aprofunda a discriminação da região ao permitir que a construção da Plataforma Logística Maia/Trofa deixe de constar dos seus objectivos.
A construção desta Plataforma Logística seria uma importante alavanca para o desenvolvimento económico da região, potenciador da manutenção e atracção de investimentos, particularmente importantes quando falamos de concelhos com taxas de desemprego muito superiores à média nacional (Trofa 18%, Maia 12%, Santo Tirso 18%) e que há anos carecem de investimentos centrais.
A DORP do PCP reafirma ainda a necessidade de se considerar a deslocação da plataforma para Este, para uma zona de fronteira entre os concelhos da Maia, da Trofa e de Santo Tirso (próximo do Aeródromo de Vilar de Luz) permitindo a salvaguarda completa dos terrenos agrícolas do Vale do Coronado e mantendo a localização na mesma zona, em cumprimento dos objectivos previstos.

O Gabinete de Imprensa da DORP do PCP

6 comentários:

Gonçalo Sanches disse...

Sr. Toga, eu compreendo a sua tomada de posição e só podemos estar desiludidos. Contudo, se a empresa privada desistiu de ser parceira na construção, como quer que o projecto se concretize? Há que aguardar que outra empresa deseje entrar no negócio.

Jaime Toga disse...

Caro Gonçalo Sanches,
Será justo o desenvolvimento do país ficar dependente da especulação imobiliária?
Mas, ultrapassando essa (grande) questão, em Março de 2008 a Secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, garantia que, no que concerne à Plataforma Logística da Maia/Trofa, a construtora Somague "já tem uma posição dominante nos terrenos", devendo ser assinado em breve um protocolo entre o Estado e o grupo Somague para desenvolver o projecto.

Pois é, mentiu!
A nota pode ser lida em:
http://tv1.rtp.pt/noticias/?article=92812&visual=3&layout=10

Gonçalo Sanches disse...

Discordo dessa opiniao.

Toda a gente, incluindo o seu partido, é favorável às parcerias publico-privadas (pois a obra faz-se, e o privado paga), contudo esquecem que o sector privado não tem obrigações de serviço publico, e não é obrigado a fazer um mau negócio.

A Somague, num período de crise, desistiu do negócio, e o governo continua à procura de parceiro. Não foi o governo que desistiu, mas sim, a lei do mercado que funcionou.

Jaime Toga disse...

Caro Gonçalo Sanches,
permita-me que discorde de si!
Foi o governo que disse que a SOMAGUE era detentora da maioria dos terrenos e que em breve seria construída.

A critica ao governo não é pelas parcerias publico privadas.
A critica ao governo é por deixar que este investimento estratégico fique dependente dos interesses da SOMAGUE (ou de outro privado qualquer).

Quando defendemos (o meu partido e eu próprio) que que é preciso investimento público que estimule o desenvolvimento económico, estamos a falar de investimentos desta natureza.

Sugiro que veja o meu artigo de opinião no noticias da Trofa desta semana.

Gonçalo Sanches disse...

Caro Jaime Toga,

Não vou prolongar a discussão, aliás agradeço as respostas que foi dando.

Continuo a não concordar consigo, contudo compreendo que isto é uma verdadeira questão ideológica.

O estado expôs-se ao risco, ao elaborar esta parceria com uma empresa privada.
Esta parceria traz benefícios aos país, contudo tem adjacente um risco.
É a lei do mercado, e não uma subjugação de interesses.

Certamente que, pela vontade do governo, esta obra será feita brevemente, faltando apenas o interesse do investidor privado.

Mais uma vez, agradeço a sua disponibilidade e bem haja aqueles que têm sempre uma forte idelogia e são coerentes no seu pensamento.
Respeitosos cumprimentos

Anónimo disse...

Caro Sr Jaime Toga,

Verifiquei ontem no Diário da Republica da passada sexta feira, um diploma que altera a lei das expropriações, levando a ser de interesse publico e urgente, a expropriação dos terrenos destinados as plataformas logisticas, entre outros investimentos. gostaria de ouvir a sua opiniao acerca deste matéria, ate porque sou um dos interessados e proprietario de terrenos na zona da plataforma maia trofa.

cumprimentos