quinta-feira, 28 de abril de 2016

JN faz frete ao BE

O JN de hoje traz um texto de opinião do João Semedo em grande destaque (pela dimensão e pelo local em que foi inserido) sobre as salas de chuto no Porto.
Mas este verdadeiro frete do JN ao BE está marcado por duas mentiras (ou inverdades, como agora se diz):
1- ao contrário do que JSemedo afirma, não haverá discussão sobre este assunto na sessão de hoje da Assembleia Municipal do Porto. Ao início da tarde de ontem, ficou acordado entre os representantes dos vários Partidos que o assunto não seria discutido hoje.
2- mesmo que fosse discutido, também ao contrário do que JSemedo afirma, nada de concreto seria decidido. Porque a proposta do BE é uma recomendação. Ou seja, recomenda que a Câmara faça. É que o Órgão Executivo é a Câmara Municipal na qual o BE não tem nenhum eleito... faltaram-lhe votos...
Como é evidente, seria mesmo muito estranho que JSemedo não soubesse do adiamento da sessão a tempo de informar a redacção do jornal.
Mas também seria estranho (aliás de uma inaceitável incompetência) que a direcção do JN não soubesse que a Assembleia Municipal iria discutir uma Recomendação.
Por isso, este frete do JN ao BE, representa também uma opção editorial de dar destaque a uma opinião que centra na criação das salas de chuto a resolução de um problema mais vasto e complexo.
A gravidade da situação, o quadro disperso do consumo na cidade, a urgência de responder ao agravamento e nova expansão dos problemas, a necessidade de respostas múltiplas e diversificadas, incluindo de prevenção de riscos e danos, reclama respostas integradas - equipas de rua, trocas de seringas, apoio sanitário, estruturas de proximidade de tratamento, incluindo a substituição de consumos e sem excluir consumo assistido de drogas, encaminhamento para estruturas de tratamento "definitivo", estruturas de assistência humanitária e social, reinserção social, etc..
Os problemas ligados à Toxicodependência são de grande complexidade a exigir respostas integradas e de longo prazo e não a ilusão de uma resposta mais ou menos milagrosa.

Sem comentários: